A mão na pena, vale a mão na enxada.

É preciso reinventar o amor, toda a gente sabe.

Uma noite, sentei a Beleza no meu colo. - E a achei amarga. - E a xinguei.

Que vida! A autêntica vida está ausente. Não estamos no mundo.

A nossa pálida razão esconde-nos o infinito.

A vida é uma farsa que toda a gente se vê obrigada a representar.

Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço.

Que venha a hora da paixão!

Se arrume, dance, ria, - Nunca pude mesmo jogar o amor pela janela.

A mão que segura a pena vale tanto quanto, a que empurra o arado.

O génio é a recuperação da infância por vontade própria.

Ninguém é sério aos 17 anos.

A poesia não voltará a ritmar a ação; ela passará a antecipá-la.

Acredito que estou no inferno, portanto estou nele.

Sabemos que o amor está por ser reinventado.

Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens.

Recebi no coração o golpe de misericórdia. Ah! Eu não o havia previsto.

Farsa contínua! A minha inocência me faria chorar. A vida é a farsa a ser levada por todos.

Por delicadeza, perdi a minha vida.

O poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e refletido desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sentimento, de loucura; ele procura ele mesmo, ele esgota nele todos os venenos, para só guardar as quintessências.

Mil sonhos em mim fazem doces queimaduras.

Dos meus antepassados gauleses tenho os olhos azuis pálidos, uma firmeza limitada e a falta de habilidade na luta.

De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem.

A vida é uma comedia em que todos tomamos parte.

Vamos apreciar sem vertigem o tamanho de minha inocência.

Eu é um outro.

Os beijos são como pepitas de ouro e de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas por indicar que há uma mina por perto.

A moral é a debilidade do cérebro.

Sua bondade e sua caridade, sozinhas, lhe darão o direito de ser, no mundo, real?

O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos.

A acção não é vida, mas sim uma maneira de gastar as forças.